[NOTA] Unidade dos(as) trabalhadores(as) PAEPE: em defesa da autonomia e da independência do STU frente à reitoria!

O coletivo sindical Travessia vem, mais uma vez, reafirmar seu compromisso com a unidade das técnicas e técnicos administrativos da Unicamp (PAEPE) na defesa de uma universidade pública, gratuita, de qualidade e verdadeiramente democrática. Diante da confirmação da vitória do professor Paulo César Montagner (Cesinha), atual chefe de gabinete de Tom Zé, na consulta para a reitoria, torna-se ainda mais crucial debater e fortalecer a autonomia e a independência do nosso sindicato (STU). 

Ressaltamos que as propostas apresentadas pelo Travessia – como a rejeição do Ponto Eletrônico, a construção de uma carreira justa para os(as) trabalhadores(as), a recuperação imediata das perdas salariais e a ampliação da participação das técnicas e técnicos administrativos no Consu e demais instâncias decisórias da universidade – divergem significativamente das políticas implementadas pela atual gestão, as quais serão aprofundadas pelo próximo reitor, que representa a continuidade de políticas e medidas que afetam diretamente nossa categoria, ignorada e desrespeitada ao longo dos últimos quatro anos pela situação. Acima de tudo, a eleição de Cesinha representa, para os integrantes que constroem o coletivo Travessia, uma derrota histórica para o STU.

Durante a campanha, Cesinha deixou claro ser totalmente contrário à paridade na consulta para a reitoria, confirmou a falta de vontade política para tentar reverter a instalação do Ponto Eletrônico, e evidenciou a ausência de um plano efetivo para recuperação de nossas perdas salariais e para a efetivação da lendária promessa de isonomia com a USP e a Unesp. Além disso, não manifestou qualquer compromisso com o pagamento do abono de 10 mil solicitado pelas entidades desde 2023, assim como não apresentou propostas contundentes para reestruturação da nossa carreira, cujo modelo de progressão se revelou injusto e ineficiente, acirrando a competição entre trabalhadores pelas migalhas oferecidas pela reitoria.

Vale ressaltar que Tom Zé conseguiu, a partir do arrocho salarial e de sua postura intransigente e autoritária com as demandas da nossa categoria, acumular mais de 1,7 bilhão em caixa para Universidade: mesmo diante de um cenário econômico mais que favorável, foi contra a concessão do abono e a extensão de benefícios para os(as) aposentados(as), cortou os recursos para a progressão PAEPE e ignorou a histórica luta por isonomia com a USP e a Unesp. Seu maior feito, assim, foi ter transformado a Unicamp na “prima pobre” das universidades estaduais paulistas, deixando ainda como legado uma ferramenta que ignora as particularidades das atividades realizadas pelas universidades públicas e que servirá apenas como mais uma forma de assédio e perseguição dos(as) trabalhadores(as) técnicos-administrativos: o Ponto Eletrônico. Por tudo isso e muito mais, na consulta para a reitoria, Cesinha foi amplamente rejeitado pelos PAEPEs que, sem paridade, não conseguiram evitar a continuidade da atual gestão.

O Travessia também se opõe firmemente à conduta de diretores(as) dos grupos majoritários do STU (Alerta e Avante) que, ignorando o compromisso assumido com as lutas de nossa categoria, participaram ativamente da campanha de Cesinha, evidenciando forte conflito de interesses e falta de independência para representar as técnicas e técnicos administrativos da Unicamp. Essa participação levanta sérias questões sobre a isenção e a autonomia desses membros da direção do STU: acima de tudo, é preciso que a base se una para evitar que nossa entidade venha a se tornar um “puxadinho da reitoria”. Entendemos que a defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores exige um sindicato com total liberdade para cobrar e confrontar a administração central da universidade, sem estar comprometido com interesses de candidatos ou chapas específicas. Acreditamos que a conduta das chapas majoritárias na direção do STU durante a consulta pode comprometer a capacidade do STU de se posicionar de forma crítica e independente em relação às futuras decisões da gestão Cesinha. 

Nesta consulta para a reitoria, o coletivo Travessia se posicionou na defesa da  construção de um projeto de universidade democrática, a partir do olhar dos(as) técnicos(as) administrativos e contra os nossos algozes. Diante desse cenário, conclamamos todos os trabalhadores e trabalhadoras PAEPE a redobrarem a atenção e fortalecerem a unidade em torno de um STU que priorize sua independência frente à reitoria. É fundamental que o sindicato continue sendo um instrumento de luta autônomo, capaz de defender os direitos e as reivindicações da categoria com firmeza, sem conchavos que façam das lutas de nossa categoria moeda de barganha política. Por isso, reafirmamos nosso compromisso com:

  • A autonomia e independência do STU frente a qualquer gestão da reitoria;
  • A unidade dos(as) trabalhadores(as) na defesa de nossos direitos e nas negociações pela nossa pauta específica; 
  • A luta por melhores condições de trabalho, pela valorização salarial e por uma universidade verdadeiramente democrática.

Convocamos a categoria a debater essas questões no âmbito do STU e a fortalecer as instâncias de participação da base, garantindo que a voz dos(as) trabalhadores(as) PAEPE seja ouvida e respeitada na construção de uma Unicamp mais justa e democrática. A autonomia e a independência do STU são pilares essenciais para a defesa dos nossos direitos!