Campanha Salarial 2024: paralisação dia 29/08 pela nossa pauta específica!

Diante da intransigência do Cruesp em encerrar as negociações da Campanha Salarial 2024 com o Fórum das Seis (F6) após apresentar o percentual de 5% – muito aquém dos 17,23% reivindicados para recompor o poder de compra dos salários ao patamar de maio de 2012 –   o Coletivo Travessia defendeu, junto ao F6, conforme aprovado em assembleia geral do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), a continuidade da mobilização nas universidades estaduais paulistas, visando reajuste de mais 5% ainda em agosto, com a construção do movimento grevista no início do segundo semestre deste ano. No entanto, o Fórum decidiu seguir com a mobilização para pleitear reajuste de mais 12,23% a partir de novembro.

Vale lembrar que, enquanto as trabalhadoras e trabalhadores da USP e da Unesp avançam na negociação de suas pautas específicas, na Unicamp a reitoria segue ignorando as reivindicações da categoria, se recusando a agendar reunião com o STU. Apesar dos dados da arrecadação da Universidade mostrarem que há dinheiro suficiente em caixa para atender ao reajuste solicitado, o reitor da Unicamp segue com sua postura intransigente de recusar o diálogo com as entidades, mesmo no que diz respeito a itens que não trariam qualquer impacto financeiro.

Para o Travessia, ao fazer caixa com o orçamento da Universidade, o reitor da Unicamp está ajudando o governador Tarcísio de Freitas a avançar com seu projeto de precarização dos serviços públicos e da Educação no Estado de São Paulo, e o que é pior: está abrindo mão da autonomia que garante que as universidades estaduais paulistas estejam entre as melhores do país e da América Latina. Prova disso é a insistência na implantação do Ponto Eletrônico, na contramão do que vem acontecendo no serviço público federal, e a recusa em conceder, assim como na USP, o auxílio-saúde e o abono de 10 mil para as técnicas e técnicos administrativos.

Além da insegurança trazida pela reforma tributária ao custeio das universidades e agências de fomento à pesquisa de São Paulo, é preciso que continuemos atentos às manobras que o governo estadual tem realizado para diminuir os investimentos em educação, como é o caso do Projeto de Lei nº 302/24, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025, e da PEC nº 9/2023, que prevê redução do orçamento da educação pública de 30% para 25%.

Cabe lembrar que, no próximo ano, haverá o processo sucessório para a reitoria da Unicamp, e é fundamental que os(as) candidatos(as) se posicionem sobre pontos como a não instalação do Ponto Eletrônico, a recomposição salarial, a retomada da isonomia com a USP e a construção de uma carreira que atenda aos anseios das técnicas e técnicos administrativos – todos pontos fundamentais para abrir o diálogo com nossa categoria.

Frente esse cenário, o Travessia Campinas convida trabalhadoras e trabalhadores da Unicamp para a paralisação convocada para a próxima quinta-feira (29/08/24), em frente à reitoria da Unicamp, pela abertura das negociações da nossa pauta específica e pela retomada das negociações do Cruesp com o Fórum das Seis pela pauta unificada.